quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Harmonizando o Nhoque da Sorte

Hoje é dia 29, dia de comer nhoque para trazer sorte e fatura para os próximos 30 dias.  Em tempos de IPVA, IPTU e dívidas de férias, melhor não correr o risco!

Já que vamos ter que comer massa hoje, não tem como não abrir um bom vinho. Sendo o nhoque de batata, mandioquinha ou mandioca, quem definirá a harmonização, como com qualquer massa, é o molho. Algumas sugestões (que poderão variar conforme seu gosto, como você sabe, a arte da harmonização é muito mais complexa do que sonha sua vã filosofia):

Bolonhesa pede um vinho tinto mais estruturado, mas com boa acidez. Sangiovese! Um Merlot brasileiro mais encorpado também vale.

Molho de Tomate é mais leve, pede um tinto de corpo médio e também com boa acidez. Sangiovese, Dolcetto, Primitivo, Pinot Noir, Syrah e, claro, Merlot brasileiro!

Molho 4 Queijos pede um Chardonnay de boa estrutura, com madeira, ou um Merlot mais encorpado e uma semana de dieta depois.  O crime compensa!

Molho Funghi também vai bem com um branco com um pouquinho de madeira, um pouco mais leve que o Chardonnay anterior, que tal experimentar um Soave?  Se for feito com creme de leite, acho que vale a pena tentar um tinto médio também.

Molho Bechamel, branco encorpado: para sair do Chardonnay, vale o Viognier.

Molho Pesto também vai de branco, agora frescos e aromáticos, sem madeira: Sauvignon Blanc, Torrontés.

Molho de Gengibre: acidez, muita acidez, brancos jovens: Riesling!

Molho de Manteiga e Sálvia: também branco leve.

Branco, acidez, calor insuportável... deu uma sede!!

Essas sugestões de molhos encontrei na San Felice Massas, na 413 norte.  Você leva o nhoque, o molho e o vinho para casa e degusta tudo com uma nota de um real embaixo do prato e o ar-condicionado ligado!

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

O Cocktail Oficial do Oscar

Ontem, após a premiação do Academy Awards, rolou o famoso Governors Ball que, esse ano, teve um drink especial para chamar de seu: Red Carpet Glamour Cocktail.
Red Carpet Glamour Cocktail

A bebida foi a vencedora do concurso Moët Oscar Cocktail que premiou o mixologista e sommelier Adam Seger do restaurante Nacional 27 de Chicago com uma viagem, com acompanhante, para Los Angeles para acompanhar a festa. Para você que não sabe, mixologista é o novo barman.  Não um barman qualquer, mas aquele que domina a arte de misturar e incorpora técnicas de gastronomia no preparo de drinks. E você achava que só vinho tinha suas frescuras, né?

O cocktail é elaborado com Hum Botanical Spirit, sour mix e Moët Imperial.  Hum Botanical é uma bebida a base de rum com uma mistura exótica de cardamomo, gengibre e folha desidratada de limão kaffir.

Receita:
Misture 30 ml de sour mix e Hum Botanical com gelo. Coloque a mistura em uma taça flute até metade e complete com Moët&Chandon Imperial.  Decore com uma pétala de rosa.

Depois basta ficar completando a taça com champanhe para que sua efervescência libere as notas de cardamomo e kaffir do Hum.  Chiquérrimo, não?

Sour Mix:
Misture 1 xícara de açúcar com 1 xícara de água até dissolver completamente. Acrescente 1 xícara de suco de limão e 1 xícara de suco de lima e guarde na geladeira.

Curiosidades:
Para essa festinha after Oscar, que contou com a presença de cerca de 1500 convidados, foram servidas 1000 garrafas de Moët&Chandon e 5000 mini Oscars de chocolate (aquele que você deve ter visto na TV que levava pó de ouro!).

Minha festa também teve Oscar de chocolate, mas sem pó de ouro...

Oscar Party

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Dicas para a Noite do Oscar

A Moët&Chandon é a maison oficial da premiação do Oscar.  Daí você já tem a dica do que servir na noite do evento.  Se você, como eu, pretende fazer algo especial hoje e não pode bancar garrafas de Moët, voto pelos espumantes nacionais.  Que tal uma degustação de espumantes?

Espumantes de diferentes marcas, diferentes cores e diferentes graus de doçura. Minha sugestão: Perini Moscatel, Amadeu Brut Rosé, Valduga 130 e Cave Geisse Nature.

A web está cheia de dicas para você oferecer uma festinha na noite do Oscar, desde dicas de menus inspirados pelos filmes indicados até sugestões de atividades.  Dê uma olhada no Epicurious com todas as dicas que você precisa (comida, bebida, som, ambiente), no Basílico que tem dicas de pratos e o site oficial do Oscar que traz receitas, drinks patrocinados pela Moët e, para a diversão de seus convidados, modelos de cédulas para votação e bingo para download.

Eu decidi seguir o estilo "Moneyball" mesmo e servir junk food.  Combina com o filme, com a premiação americana, com domingo à noite e traz o clima do cinema para dentro de casa: pipoca gourmet (com diferentes tipos de azeites), M&Ms, cookies, amendoim japonês, pea wasabi e focaccia para um toque internacional.  O glamour vai ficar só para os espumantes e para as estatuetas de chocolate que premiarão os vencedores do Bingo e aquele que acertar o maior número de premiados.

Gostou da idéia?  Deixe o Fantástico de lado hoje e torça por Carlinhos Brown e Sérgio Mendes a partir das 21hs na TNT!

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Minha primeira vez: Grands-Échezeaux 1977

Não é que eu jamais tivesse encostado em um ou que não soubesse da utilidade de um decanter, mas a forma como aconteceu dessa vez foi mais profundo e mais especial, com direito a velas e nervosismo. Confesso que estava tensa. Medo de acontecer algo com a rolha, medo de o vinho estar uma merda, medo de não conseguir decantar direito, sei lá, medo é assim, não tem muita explicação. 

Tratava-se de um Grands Echezeaux 1977.  Não se deixe impressionar pelo vinho, essa safra na Borgonha não foi das melhores.  O clima transformou as boas condições do ano anterior. A chuva caiu constantemente, quase diariamente durante julho. A primeira quinzena de agosto contou com uma volta ao clima favorável, mas houve algumas tempestades violentas no final do mês.  Um setembro ensolarado ajudou a amadurecer as uvas e a colheita começou tarde, apenas na primeira semana de outubro.

Então, como não tive a sorte de nascer em 78 por uma questão de dias, já estava me convencendo a ter que seguir os conselho do baterista do Kings of Leon e desistir de presentes de aniversário safrados, a não ser, no meu caso, se for um vinho do Porto!!

Após a difícil tarefa de decantar e separar as borras, deixei a bebida aerar por mais de 4 horas. Nesse período, incorporei Maya do filme Sideways e fiquei ali pensando em como foi a safra, imaginando as pessoas que participaram da elaboração e contabilizando tudo que já aconteceu durante o tempo em que ficou ali na garrafa envelhecendo. Ah, as histórias... 

Separando as borras

No decanter, os aromas já estavam agradando, mas ainda estava tensa sobre o primeiro gole.  Poxa, é normal essa tensão quando você compra um vinho com essa idade, de um produtor que não é grande coisa, de uma safra que foi pior ainda.  Mas, what the hell, será que em 1977 já existia essa coisa de grandes e bons produtores?  Talvez naquela época o Marché aux Vins era o melhor que se poderia ter...

Para acompanhar, uma refeição à altura: Coq au Vin (que não era Coq, mas um frango mesmo).  Um dos dois teria que salvar a noite!

"Frango" au Vin
Coragem, enfim. Surpresa, surpresa, o vinho ainda estava bom!  Pode até ser que tivesse passado seu auge (não sei como é um Borgonha no seu auge), mas ainda estava agradável, muito agradável!

Vermelho âmbar com reflexos amarronzados e imagino que o fato de não ser uma safra boa se refletiu em um vinho ainda mais leve, ainda mais delicado, menos rico em aromas e menos denso em sabor, mas ainda refinado, com aromas típicos da Pinot Noir, encantador e muito fresco. Morangos e framboesas, alcaçuz, um pouco de chocolate e caramelo.  Foi se abrindo mais e mais com o tempo e atingiu um frescor surpreendente. 34 anos. Impressionante.  
Grands-Echezeaux 1977

Valeu cada minuto e cada gole.  E mesmo se estivesse muito ruim, acho que não me importaria, tinha uma raridade de 1977 nas mãos.  E sei lá quando terei uma oportunidade dessa de novo na vida!

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Harmonização da Terça-Feira Gorda: Teroldego e Galinhada

Para encerrar em alto estilo o Carnaval regado a espumantes, rosés e tintos leves, nada como uma boa e encorpada refeição para se preparar para o período de privação e penitência da Quaresma!

Atendendo a meu pedido, D. Mariluce, minha mãe, preparou uma deliciosa galinhada e seu famoso molho de moelas.  São Pedro colaborou e enviou algumas nuvens e uma chuvinha para refrescar e contribuir com a experiência.

Diante desse cenário, só restava abrir o vinho: Angheben Teroldego 2005, sobre o qual falei aqui. Achei que poderia dar certo, mas não tanto!

Veja bem, não sei se basta uma galinhada qualquer para a harmonização sair perfeita já que o vinho é potente. Na minha opinião, foi o molho de moelas que, com seu gosto mais forte e temperos, equilibrou a boa acidez e os taninos adocicados do vinho.

Molho de Moelas
Indico a experiência e juro que, quem provou, concordou!

sábado, 18 de fevereiro de 2012

La Tambouille e Casa Lapostolle

Finalmente fui conhecer o novo espaço gourmet do Parkshopping.  Primeira impressão: uma praça de alimentação metida a besta com restaurantes bacanas, nada demais.  Escolhido: La Tambouille.  Segunda impressão: restaurante aconhegante, decoração clássica e chique, exatamente como um bom restaurante francês.  Conclusão: nem sempre a primeira impressão é a que deve ficar, não era apenas uma praça de alimentação after all.

As impressões melhoraram ainda mais com o atendimento profissional e cuidadoso, algo infelizmente não tão comum em Brasília.  Todos manifestaram desejo por um vinho branco, para minha felicidade! E, na difícil tarefa de escolher um vinho que agrade gostos e bolsos diversificados, pudemos contar com a ajuda de Santana, o atencioso sommelier da casa.  O escolhido: Casa Lapostolle Chardonnay 2009, melhor custo-benefício da carta na minha opinião (R$ 79,00).

Aromas de frutras tropicais e flores, leve toque de madeira, bom volume em boca, boa acidez e boa persistência, agradou bastante.  Com meu prato, em especial, encaixou perfeitamente!

Posta de robalo grelhada ao molho bouillabaisse com frutos do mar
Para confirmar a conclusão anterior de que, realmente, o que fica mesmo é a última impressão: café e chá servidos com uma variedade de guloseimas finas.


Definitivamente, um jantar nada parecido com o que se costuma ter em praças de alimentação!
Fica a dica para o sábado, caso não esteja perdido(a) em algum bloco em Salvador...

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Jantar Harmonizado Zuccardi

Aconteceu aqui em Brasília, ontem e antes de ontem (claro que teriam que abrir um dia extra), um jantar no restaurante Dom Francisco todo harmonizado com vinhos da vinícola Zuccardi.  A degustação foi muito bem conduzida pelo sommelier da vinícola, o brasiliense Fred, e o cardápio foi elaborado pela chef do restaurante La Bourgogne de Mendoza (que fica no hotel Diplomatic), Melisa. Felizmente, consegui convencer outras 5 pessoas a me acompanharem nessa experiência deliciosa!

O convite, com o cardápio:



Entrada
Carpaccio de figos com mix de folhas verdes, queijo de cabra assado e amêndoas tostadas.
Zuccardi Série A Chardonnay-Viognier 

A salada estava uma delícia.  O convite anunciava o Torrontés que foi substituído à altura por esse corte com aroma frutado e bem floral e boca amendoada.  Sucesso absoluto e unânime na mesa. Meu tio já queria comprar uma garrafa para levar para o Carnaval!


Primeiro Prato 
Empanadas de carne.
Santa Julia ReservaTempranillo
As empanadas estavam divinas e bem temperadas.  O vinho, jovem, poderia ter respirado um pouco mais, mas também agradou.  Frutas e especiarias no nariz, corpo médio e com acidez um pouco elevada. Achei que o tempero das empanadas sobressaíram ao vinho, mas outros gostaram muito da harmonização.

Segundo Prato 
Bife de Chorizo ao chimichurri sobre cremoso de brócolis com tomates confitados ao alecrim.
Zuccardi Série A Malbec
Mais um prato delicioso!  Quanto ao vinho, reparei olhares cúmplices pela mesa após o primeiro gole: o vencedor da noite.  Frutado e com notas amadeiradas, estava muito equilibrado e macio.



Terceiro Prato 
Cordeiro braseado com purê de batatas perfumado ao alho, amêndoas tostadas e chips de bacon.
Zuccardi Q Tempranillo
Os pratos não paravam de surpreender, o cordeiro se desmanchava no prato.  O pessoal reviu a opinião sobre o Tempranillo e se rendeu a esse mais encorpado que o primeiro, com aromas de frutas maduras, baunilha, chocolate e taninos aveludados.



Sobremesa 
Torta úmida de chocolate com frutas maceradas ao malamado e sorvete com fios de limão.
Malamado Malbec
Dica:  coloque raspas de limão no seu sorvete de creme com calda de morango para acompanhar o brownie.  Fica perfeito!  O vinho, um fortificado 100% Malbec, doce, com ótima acidez e final prolongado, impressionou e deixou um gostinho de quero mais, muito mais.

Se você também ficou com esse gostinho, os vinhos estão na Art du Vin e, melhor ainda, você pode convidar o Fred e a Melissa para fazerem um jantar desses em sua casa sempre que estiverem por aqui de férias.  Dessa vez, eles partem dia 6 de março, se você correr, ainda dá tempo!

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Valentine's Day: Vinho Africano com Picadinho de Filé

A Thais de vez em quando resolve cozinhar pra gente.  E eu, de vez em sempre, peço Picadinho.  Não é falta de criatividade, é devoção! 
Picadinho da Thais

Para acompanhar: Fleur du Cap Cabernet Sauvignon 2008 (a Thais tem uma relação especial com a África do Sul...).  Facilmente encontrado no Pão de Açúcar, é uma boa escolha para o dia a dia.  Aromas de frutas negras e toques herbáceos, madeira suave, taninos macios e bom corpo.  Vai bem com pratos de filé e molhos condimentados, como o Picadinho.

Vou ser legal e divulgar a receita para você tentar em casa e, quem sabe, impressionar nesse Valentine's Day!

Receita do Picadinho

600 gramas de filet bem picadinho
1 cebola bem picadinha
1 pimentão vermelho bem picadinho
4 dentes de alho picadinhos
1 tomate maduro bem picado
1 taça de vinho tinto
Meio vidro de molho Madeira (tipo aquele "masterfood")
Molho inglês
Molho shoyu
Pimenta do reino
Páprica
Noz moscada
Sal

Tempere o filet com o vinho tinto, molho inglês, shoyu, pimenta do reino, páprica, noz moscada e sal a gosto.
Deixe marinar por cerca de 10 minutos.

Refogue o alho, a cebola e o pimentão até dourar, depois acrescente o tomate.  Acrescente o filet e deixe cozinhar por alguns minutos.  Ao final, adicione o Molho Madeira até engrossar.

Boa sorte e bom apetite!!

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Lidio Carraro para a Pizza de Domingo

Depois do rodízio com Valduga, dessa vez o escolhido foi o Lidio Carraro Dádivas Merlot/Cabernet para acompanhar a pizza "com acento basco" domingo passado em uma pizzaria bacaninha de Porto Alegre: Bazkaria.

Gosto quando o cardápio dá opções de bons vinhos brasileiros. Dádivas é a linha de vinhos jovens da vinícola, criada para "celebrar as dádivas que a vida nos presenteia", tipo poder ir a uma boa pizzaria em um domingo qualquer após pegar chuva no Grenal.

Sobre o vinho:
Produtor: Lidio Carraro
Nome: Dádivas
Corte: Merlot/Cabernet Sauvignon
Safra: 2009
Foto mal iluminada do vinho
Nariz de frutas vermelhas bem maduras, groselha e especiarias. Corpo médio, excelente acidez e taninos finos.  Fresco na medida para acompanhar as pizzas Do Pizzaiolo e Eguzkia.

Para fazer em casa:

Do Pizzaiolo
Molho de tomate, cogumelos, parmesão, manjericão e alho

Eguzkia
Molho de tomate, lombo canadense defumado, mozzarela, tomate, nozes picadas e pesto de hortelã.

Já está com água na boca, né?

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Sushi wine: sério??

Na carta de vinhos de um restaurante japonês em Porto Alegre me deparei com um inusitado sushi wine.  Produzido pela Freixenet argentina, trata-se de um corte de 60% Torrontés e 40% Pinot Noir, "especialmente elaborado para acompanhar sushi".  Entre um Valduga Duetto Chardonnay/Riesling, um Sauvignon Blanc chileno e um Torrontés argentino, porque não provar essa novidade?

Cedi ao marketing, afinal os outros vinhos também acompanhariam muito bem a culinária japonesa.  É fato que é difícil encontrar opções adequadas nos restaurantes japoneses. As pessoas ainda preferem o saquê e a cerveja e, quando pensam no vinho, acabam ficando com os tintos.  Sério.

Em Brasília, por exemplo, o restaurante Soho tem uma boa carta de vinhos, com bons brancos e repleta de tintos que acabam sendo tudo que vejo nas mesas espalhadas pela varanda em uma tarde de sol.  Há espumantes também, ainda bem, geralmente em mesas de mulheres (será que estão entendendo melhor de vinho que os homens?? rsrs).  E, para mim, pobre coitada, que geralmente sou a única a querer um vinho e, por isso, gostaria de pedir uma tacinha apenas?  Lamentam, mas as únicas opções são tinto, branco encorpado com madeira e, ah, espumante rosé. Ok, vai esse.

Quem sabe tendo o vinho em seu rótulo "sushi wine" as pessoas se sentirão mais estimuladas a beberem brancos frescos e com boa acidez acompanhando seu peixe cru... E a garrafa é de 500ml, posso pedir uma sozinha que o desperdício será menor. Punto para los hermanos! 

Fora isso, o sushi wine é apenas um vinho branco fresco e frutado como outros.  Cabe a você decidir se paga mais caro pela rolha com hieroglifos japoneses.  Minha experiência não foi boa.  O vinho que deveria ser amarelo palha e ter intensidade aromática e acidez pronunciada (conforme informações da vinícola e características da Torrontés) estava dourado demais, com aromas que já haviam passado das frutas frescas para secas e mel e um gosto diferente, mais forte do que se poderia esperar, me lembrou um tipo de Jerez.  Acho que envelheceu, tadinho.  Não havia um sommelier para confirmar minha impressão e, como não conhecia o vinho, me resignei em não devolvê-lo (vai que o Oroya era isso mesmo). 
Oroya Sushi Wine 2009

Permanece a curiosidade.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Angheben, sempre.

Aproveitando a viagem a Caxias, não podíamos deixar de passar na Angheben.  Não sei se é "só" pela qualidade dos vinhos, mas temos um apreço especial pela vinícola.  Além de sermos sempre muito bem recebidos pelo enólogo Eduardo, a história e a experiência do fundador, seu pai Idalêncio, conquistam todo nosso respeito e admiração.  E é isso que importa: vinho não é rótulo, ou pontos, ou características organo alguma coisa, vinho é história, vida, dedicação, paixão.  Com isso em mente, fomos lá mais uma vez para uma degustação e umas comprinhas. 


A primeira notícia foi de que, infelizmente, o Gewürtz não estava disponível.  Já havia passado por essa frustração na degustação de vinhos para o verão da ABS Brasília e não esperava passar por essa experiência dramática de novo tão cedo!  Sem ter muito o que fazer, sacudi a poeira, dei a volta por cima, aceitei o destino e comecei a degustação com o Pinot Noir.  Como mágica, fui imediatamente tomada por toda sua leveza e, de novo, fiquei feliz por estar ali.  Gewürtz?  Que Gewürtz?

Sabia que tudo poderia melhorar, mas não esperava tanto quando passei ao Barbera.  "Instigante coloração vermelho-violeta, possui aromas de frutas frescas como framboesa e cereja, notas de baunilha e caramelo. De paladar suave, com taninos leves e macios. Agradável e equilibrado em boca." Essas notas da vinícola quase conseguem descrever tudo o que encontrei na taça: frescor, ótima acidez, elegância, conquista ao primeiro gole.  Como é bom tomar vinho tinto no verão!

Ainda havia um Cabernet antes do esperado encontro com o Teroldego.  A gente toma tanto Cabernet por aí que poderia pular essa parte.  Mas eis o mistério da experimentação:  de vez em quando você esbarra em algo inesperado!  Um Cabernet com pouquíssimo carvalho, revelando sua tipicidade e surpreendendo.

Enfim, o Teroldego. Essa casta da região de Trento, no norte da Itália (origem da família Angheben), se deu bem em Encruzilhada do Sul e se tornou o vinho ícone da Angheben. Um vinho diferenciado, aromático, complexo e muito macio. Fruta madura e chocolate amargo.  Divino!

Os vinhos da Angheben são distribuídos pela Vinci Vinhos (onde ainda há garrafas de Gewürtz).  Em Brasília, estão na Bordeaux Casa e Vinho, na QI 13.

Depois da triste primeira notícia, só vieram coisas boas e, para encerrar, a melhor do dia (que o Sr. Pizzato também confirmou depois):  a safra de 2012 se superou exatamente como tem sido divulgado por aí.  2005?  Nem se compara!  2008?  Esqueça!  Aguarde ansioso(a) pelas garrafas de 2012!

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Almoço Harmonizado na Pizzato

O bom de se ter compromissos em Caxias do Sul no final de semana é que sempre é possível dar um pulinho no Vale dos Vinhedos.  Na época da vindimia, melhor ainda!

Ano passado participamos da colheita da Casa Valduga: uma programação completíssima e deliciosa, inserção total em um ambiente muito agradável.  Esse ano escolhemos a Pizzato. 
Pizzato Vinhas & Vinhos
O programa do dia da colheita na Pizzato começa às 10hs com uma recepção com espumante Brut Fausto e, em seguida, a saída para o vinhedo.  Às 11h15, se inicia a visita às instalações e acompanhamento do processo de elaboração dos vinhos, incluindo, claro, a famosa pisa das uvas.

Cave da Pizzato
Por fim, 12h30, a parte mais esperada: o almoço,  Como dessa vez o tempo era curto, só pudemos fazer parte da programação e o almoço harmonizado, não sei porquê, foi a parte que escolhi!

Antepasto: 
Pães, cebola caramelizada, patê e tomatada
Harmonizado com Pizzato Chardonnay

Entrada:
Salada tropical de melancia, queijo, folhas verdes e hortelã
Harmonizado com Fausto Rosé

Primeiro Prato:
Risoto de figos com presunto cru
Harmonizado com Pizzato Merlot

Primeiro Prato

Segundo Prato:
Bacalhau ao perfume de azeite, purê de berinjela e alho porró
Harmonizado com o espumante Pizzato Brut Rosé

Segundo Prato

Sobremesa:
Maçã assada com sorvete de creme, crocante de pistache e calda
Harmonizada com o espumante Fausto Demi-Sec

Sobremesa

A escolha dos vinhos, mais leves, caiu bem no calor de 30º.  Sem palavras para descrever os pratos, deliciosos e bem apresentados, desfrutados na companhia do Sr. Plínio Pizzato com suas histórias cativantes. 

Depois da comilança, uma passadinha no Spa do Vinho para relaxar com um Bain Barrique com Massagem Craniana e uma Massagem Corporal Caudalíe. 

Todo mundo merece um dia no Vale dos Vinhedos!

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Malas para Vinhos: A Escolha

Finalmente, depois de tanto carregar plástico bolhas e pagar mico em aeroportos com excesso de bagagem, me profissionalizei e comprei minha primeira mala para vinhos!  O que vai merecer um brinde logo mais, claro!

O périplo virtual foi longo.  Minha primeira parada foi na Winefit, que tem umas malas bonitas, com ótimo acabamento, moderninhas e práticas, mas sem muita informação no site.  Preço que é bom, nem pensar!  Você pede mais detalhes sobre o produto e aparecem informações sobre tamanho e fotos dos acabamentos externos da mala.  E eu lá quero saber como é a costura da mala?  Eu quero saber como meus vinhos estarão protegidos lá dentro, uns dos outros e de eventuais pancadas ao serem arremessados na esteira.  Enfim, alguns e-mails depois e recebi o que precisava:

Segundo a empresa, "a cordura possui alta resistência nos itens abrasão, rasgamento e perfuração, é utilizada em coletes balísticos. A estrutura das divisórias são feitas com papelão, espuma pack e envolvida com pluma".  Continuei insegura sobre a resistência a arremessos...

Mala de 06 gfs - R$ 980,00 em nylon (cordura 500) e R$ 1.740,00 em couro
Mala de 12 gfs - R$ 1.560,00 em nylon (cordura 500), e R$2.290,00 em couro (preços de 2011)
Pagamento à vista, entrega imediata e frete a cobrar.  Para Brasília, o frete ficaria em média R$ 170,00.
Fiquei em dúvida se meu relacionamento com os vinhos estava pronto para esse passo tão grande e viajei mais uma vez sem mala...

Como sou brasileira e não desisto nunca, ano novo, vida nova, resolvi checar a Tecnomalas.  O site deles tem tudo o que você precisa saber: preços, materiais, fotos detalhadas, preço de frete, prazo para entrega.  A mala é rígida e tem as opções de 5, 10 ou 15 garrafas.  A de 15 (a partir de R$ 698,00) só poderá ficar completa quando eu viajar com mais alguém (bom, o limite é de 12 litros/viajante, mas já peguei fiscais que acham que garrafa de vinho é igual a de whisky).  Com a de 10 (a partir de R$ 656,00), teria que deixar para trás aquelas garrafas que eu queria tanto...

O frete para Brasília ficava a partir de R$ 85,00.  Mais barato e bem mais demorado, a disponibilidade para a minha vermelhinha era de 25 dias (para a preta, 15 dias)!

Fiquei entre a de 10 garrafas da Tecnomalas e a de 12 da Winefit. Algumas reflexões, alguns cálculos e concluí que 10 é um número ainda mais redondo e mais bonito que 12.  Ah, claro, havia uma "diferençazinha" de até mais de 100% no preço por duas garrafinhas a mais (aquelas que eu queria tanto, mas sei que depois nem conseguiria beber mesmo...).

Feliz e resignada, eis minha nova aquisição:


ATUALIZAÇÃO: Minha experiência com a mala aqui.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Leilão de Posters Raros sobre Vinhos

No próximo dia 12 de fevereiro, o Posters Auction International realizará o leilão "Coma, Beba e Seja Feliz" com uma seleção rara de posters relacionados a comida e bebida.  Dos quase 400 lotes a serem leiloados, os 52 primeiros são sobre vinho e champanhe e, por alguns muitos dólares, você pode ter o seu!  Os mais baratinhos estão a partir de $500...

O vinicultor feliz, de 1900
Taittinger, 1986
Propaganda 1933 (Lei Seca americana)
Moet&Chandon, 1920



















Loja de Vinhos, 1895
La Chablisienne, 1926


















 
Perrier Jouet
1960

















 
1925
St. Émillion, 1949


















Anônimo
1989
























Aqui você pode conferir todos os posters que serão leiloados, descobrir um pouco da história de cada um e quem sabe descobrir que cabem no seu orçamento!