quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Vinhos Arzuaga

Estava devendo esse post há algum tempo já.  A importadora Decanter promoveu um jantar com degustação dos vinhos Arzuaga em Brasília no dia 13 de setembro, no restaurante Don Francisco.  Foi ótimo, mas acho que esperava ainda mais.

Arzuaga-Navarro é uma vinícola de Ribera del Duero, fundada por Florentino Arzuaga no início dos anos 90 já com a pretensão de se fazer grandes vinhos.  O foco na qualidade começa no vinhedo, onde há seleção contínua de grãos.  A colheita é manual, a principal acontece em agosto, há 3 mesas para seleção grão a grão, a maceração também é manual.  E, acreditem se quiser, ao estilo do Douro, ainda há pisa das uvas.

Possuem hoje 4000 barricas, entre americanas e francesas, as quais são tostadas por tempo e não por intensidade.

Os rótulos são lindos e um tanto nostálgicos.  Na hora de beber, sugerem decantar apenas se não houver tempo para evolução na taça por cerca de uma hora.

Pago Florentino 2008 - R$ 132,85
Uvas Tempranillo provenientes de vinhedos com boa insolação durante todo o dia. Um vinho para ser bebido jovem. Passa por fermentação malolática, 12 meses em barricas, não é filtrado nem clarificado.
Aromas concentrados de frutas negras e muita madeira, notas balsâmicas que deram frescor.  Evoluiu para café e foi tudo que restou. Cheio de volume e potência, mas com menos persistência que o desejável.


Reserva Ribera del Duero 2006
Elaborado com Tempranillo (95%) e Merlot (5%), mais 26 meses em barrica francesa resultaram em aromas florais e balsâmicos, um pouco de mocha e tabaco, madeira bem integrada e sinais claros de elegância.  Excelente acidez e taninos macios. 
Arzuaga Reserva 2006 - R$ 309,95


Gran Reserva Ribera del Duero 1996
Em 20 anos, foram produzidas apenas 5 safras.
Em 1996, foi elaborado com 90% Tempranillo, 8% Cabernet Sauvignon e 2% Merlot.
Passou 24 meses em carvalho francês (80%) e americano (20%) e foi engarrafado em março de 1999.
Aromas animais, notas balsâmicas, um toque de tomilho e flores (minha tia disse que era jasmim). Taninos e acidez em equilíbrio, mas não parece que evoluirá mais. Apresentou uma leve oxidação nos aromas: acetona e esmalte bem discreto. 

Arzuaga Gran Reserva 1996 - R$ 796,95


Gran Reserva Ribera del Duero 2001 - R$ 796,95
Esta safra, histórica na Espanha, foi elaborada com 95% de Tempranillo e 5% de Merlot e Cabernet Sauvignon.
Passou 40 meses em barricas francesas novas e depois mais 2 anos, pelo menos, em garrafa antes de ser liberado para venda.
Aromas de couro, frutas, flores, especiarias.  Equilibrado e untuoso, ainda está jovem e merece ser guardado.

Gran Arzuaga Ribera del Duero 2004 - R$ 1.308,40
O vinho top da vinícola é, sem dúvida, o melhor.  Foram elaboradas apenas 1000 garrafas.
Com 95% Tempranillo e 5% Albillo, aka Blanca del Pais (a safra de 2008 recebeu também Cabernet Sauvignon), passou 24 meses em barricas francesas.
Fechado no início, foram aparecendo flores, aromas balsâmicos e especiarias. Potente, equilibrado, saboroso e com final extremamente longo.  Sem dúvida, o melhor. (Alguém alegou ser o melhor espanhol depois do Pingus).


Crianza Ribera del Duero 2009
Elaborado com Tempranillo (90%), Cabernet Sauvignon (7%) e Merlot (3%), passou 16 meses em barricas, metade francesas, metade americanas. 
Arzuaga Crianza 2009 - R$ 177,10

Está aqui porque foi servido somente ao final, para acompanhar o jantar.  Bastante frutado e fresco se deu bem com o Ravioli de Cordeiro em seu próprio molho e, melhor ainda, com o Ossobuco ao Vinho Tinto acompanhado de Polenta Bramata Cremosa.  Talvez por seu maior frescor, foi bem melhor que os outros na harmonização.


Ravioli de Cordeiro
Ossobuco com Polenta


Os vinhos são muito bons, mas acho que meu paladar não está pronto para vinhos tão caros.  Nenhum me emocionou a ponto de achar que valiam o preço... Pobre de mim!

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