A De Martino, para quem não sabe, é uma vinícola boutique, fundada em 1934 por imigrantes italianos, localizada na Isla del Maipo, Chile, com 300 hectares de vinhedos e produção de apenas 160.000 caixas de vinhos por ano (80% exportado). E para atender seu lado Camila Pitanga de ser, informo que é uma vinícola carbono neutro!
Quer mais diferencial? Na comparação exemplificativa e inusitada de Cristian, ao invés de serem vinhos exuberantes como Pamela Anderson, feitos de uvas muito maduras, com muito açúcar e teor alcóolico, que explodem na boca, são vinhos mais finos e elegantes como Gwyneth Paltrow. Sei lá o que ele quis dizer com isso! ;)
Entendi a parte que disse que são vinhos verticais, descem de forma agradável e convidam à segunda taça. Ah, sim, e tem também o fato de que se trata da quarta geração da família no negócio. Aquele detalhezinho sobre tradição...
Seus vinhos são elaborados a partir de carvalho reutilizado (o último foi comprado em 2010), utilizam barris de 5.000 litros (os tais foudres) e também ânforas para vinificação.
O giro começou no Vale de Limarí com o De Martino Reserva Gran Legado Chardonnay 2011
Bem mineral e floral, evoluiu para notas defumadas e um pouco de mel. Passou 4 meses em carvalho para garantir uma guarda de pelo menos 5 anos. Em boca, frutas e muito frescor com um toque de salinidade. R$ 79,70.
Depois fomos ao Vale de Bío Bío e provamos o De Martino Cinsault Viejas Tinajas 2011
Me surpreendeu pela cor. Linda. Um púrpura vibrante e bem transparente, que só consigo explicar com a classificação do Instituto Pantone: Purple Wine.
PANTONE Purple Wine 18-2929 TCX |
Por sinal, ficou melhor que o Chardonnay com o prato de entrada. Pago os R$ 96,00 que a Decanter pede. Mas por ser um vinho leve, tenho certeza que muita gente vai achar caro...
Finalmente chegamos ao Vale do Maipo:
De Martino Reserva Gran Legado Cabernet Sauvignon 2010
Passa por carvalho de 2º, 3º e 4º uso por entre 8 e 10 meses dependendo da safra. As uvas são colhidas com alto nível de maturação e exalam compota de frutas vermelhas, pimenta do reino vermelha e notas vegetais bem leves. Tem acidez e taninos muito equilibrados e um leve amargor no final. Amargor de jurubeba (me disseram, nunca provei). Mas quem fez a comparação gosta muito desse amargor no vinho! Um vinho vertical, como descrito por Cristian.
13,7% de álcool. Ficou ótimo com os queijos duros da entrada e foi servido com o prato principal. R$ 79,70.
De Martino Carménère Single Vineyard Alto de Piedras 2010
É um dos vinhos de alta gama da vinícola. Passa entre 14 e 16 meses em carvalho. Aromas de frutas, especiarias, tabaco, couro, vegetal e pimenta. Com muita tipicidade, um Carménère que finalmente muito me agradou. R$ 125,00.
De Martino Carménère Armida 2007
As uvas também vêm do vinhedo Alto de Piedras, mas de um setor especial, com ainda mais pedras e raízes mais profundas de cerca de 2 metros. 50% do vinho fica em carvalho usado, 50% em carvalho novo, tudo por 2 anos. É, portanto, mais potente que o anterior, apresenta mais notas de carvalho, aromas de alcaçuz, chocolate ao leite e aromas mais licorosos. Vibrante e com taninos finos. Excelente, como promete, ainda muito jovem e já muito caro: R$ 357,50.
Sobre as harmonizações do jantar:
Entrada: Giardino de folhas com mistos de queijos da casa e redução de balsâmico
Para mim, o Cinsault foi a melhor harmonização graças aos queijos. Os queijos sozinhos também foram bem com o Cabernet.
Prato Principal: Cordeiro de leite ao forno servido com purê rústico ao aroma de alecrim
Um prato de cordeiro bem mais leve, bem macio, para acompanhar a leveza dos vinhos da De Martino. O Carménère Alto de Piedras se saiu bem, o Armida também, mas este pode ficar ainda melhor com um cordeiro menos sutil.
Sobremesa: Pera au vin avec glace
A sobremesa estava deliciosa, sozinha. De vinho, bastou o da própria receita!
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