Sushi com Chablis, nada bom

A missão continua: encontrar um vinho para a comida japonesa.  Dessa vez, fomos à França:

Laurent Tribut Chablis Premier Cru Beauroy 2010.

 

O vinho é cativante, nariz aromático mineral que tanto amo, com abacaxi, pêssego, mel de laranjeira, flores brancas, ostras.  Ótimo frescor, volume e intensidade, mas decepciona com um amargor além da conta que deixou o vinho sério.  Sério demais para a descontração de um combinado.

Na entrada, sunomono.  A acidez do prato brigou com o amargor do vinho, o vinho ficou ainda mais amargo.

Depois, tataki de salmão, o vinho começou a se encontrar.  A gordura do prato compensou o amargor.
O mesmo aconteceu com o hot filadelfia.  Com sushi e sashimi, ninguém brigou, mas também não se olharam.

Até que veio o hot nik, a tampa da panela desse Chablis.  Só então o vinho se equilibrou, cresceu e se encontrou.  Quando o vinho não está grande coisa, a harmonização não tem como surpreender.

O Domaine Laurent Tribut é uma pequena propriedade de 5,2 hectares que produz Chablis village e os seguintes Premier Cru: Beauroy, Côte de Lechet e Montmains.  As uvas são colhidas manualmente, fermentados em tanques esmaltados com temperatura controlada, passam por fermentação malolática e o vinho é então envelhecido em barricas de carvalho, 10% apenas novas.  Os produtores dizem que é para dar mais estrutura e estabilidade.  Ótima idéia, mas errando a mão tudo que se consegue é um amargor exagerado e um vinho sem muito charme.

O vinho foi comprado na Europa, por 25 euros.  Nome, origem e preço de vinho bom, só que não.