quarta-feira, 19 de junho de 2013

Beaune Les Blanches Fleurs 2007

Nome bonito e boa procedência não bastam quando se fala de Borgonha. Eita lugar difícil de entender!  Não basta ser Borgonha para ser um grande vinho, não basta vir de um vinhedo que você acha que é bom e não são baratos para ficar arriscando!

Beaune é uma das denominações da Borgonha e também uma cidade interessantíssima.  Diz Clive Coats que seus vinhos estão entre os vinhos de Pommard e os de Volnay.  Traduzindo, entre a musculatura dos primeiros e a elegância dos últimos.

Dentro de Beaune também há diferenças, os vinhos do norte são mais intensos e os do sul, mais macios.  Geralmente, a denominação Beaune produz vinhos com aromas de frutas negras e vermelhas, humus e arbustos.  Com a idade aparecem trufas, couro e especiarias.  São vinhos com estrutura suficiente para uma boa evolução.  O poder aromático e a textura sólida possibilitam a harmonização com carnes de caça e alguns queijos franceses como Époisses.

Beaune, a denominação, tem 44 climats, que são, no todo ou em parte, classificados como Premier Cru.  É o que acontece com Blanches Fleurs, um climat que é em parte Premier Cru. 

Não foi dessa parte que vieram as uvas desse vinho comprado nos EUA por caros US$ 55.  Esse preço por um Beaune village!  Mas eis o encanto da Borgonha.  Um village que supera muitos grandes vinhos de outras regiões justamente porque vem de um produtor confiável.

Do Domaine Tollot-Beaut. Com 24 hectares, tem vinhedos em vários Premiers Cru, inclusive um que é monopólio: Champ-Chevrey, em Savigny-les-Beaune.

Uma explosão de aromas de groselhas, anis e trufas. É fresco, taninos leves, final prolongado e refrescante. É muito bom em boca, mas não surpreende tanto quanto no nariz.  Redondo, levemente amadeirado, levemente adocicado e transbordando elegância.

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