terça-feira, 27 de novembro de 2012

Vinho no Free Shop: Alguns Muitos Cuidados

Em tempos de restrição de embarque com líquidos, nada mais prático que deixar as compras de vinho para o free shop.  Especialmente para você que não tem uma mala de vinhos!  Levante a mão quem nunca teve problemas em acondicionar garrafas no meio das roupas...

Enfim, correndo o risco de frustrar seus planos de férias, sinto dizer que o free shop nem sempre é uma boa escolha...  Tudo começa pela exposição: garrafas em pé, recebendo iluminação forte e direta, algumas vezes calor, muito calor. Depois vêm as opções: se a idéia for comprar vinhos mais simples, ótimo, se não, talvez não encontre os melhores rótulos das vinícolas do país que estiver visitando.  Por fim, os preços, que nem sempre compensam.  (Como para toda regra tem uma exceção, devo dizer que o Almaviva na vinícola é mais caro que em qualquer outro lugar no Chile, incluindo restaurantes, e até mesmo no Brasil #prontofalei).

Mas, se você é brasileiro, não desista nunca.  O free shop (se nesse ponto do post você ainda não tiver comprado sua mala de vinhos) ainda é uma opção prática e, não sei se é o seu caso, mas os "desafios da vida moderna" me fazem pagar um preço por comodidade.  A favor dessas lojas, dizem que a alta rotatividade das garrafas permite que sejam mal expostas. 

E sim existe luz no fim do túnel e há algumas dicas para minimizar frustrações:
1. Se mal expostas e armazenadas as garrafas, foque em safras recentes.
2. Ainda assim, verifique a garrafa: olhe o nível do líquido (se estiver baixo, já era), se for vinho branco e for possível, cheque a cor.
3. Se for comprar grandes quantidades, peça garrafas que ainda não foram expostas e estão nas caixas.
4. Boa sorte!

Alguns free shops são mais preparados e têm garrafas bem armazenadas, com iluminação correta, com boas opções e transmitem mais confiança. Por exemplo, a área reservada e dedicada a vinhos do free shop do aeroporto de Ezeiza em Buenos Aires (pelo menos da última vez que passei por lá há uns 2 anos atrás).

Por outro lado, o free shop do terminal da American Airlines em Miami é o exemplo de local onde não devemos comprar vinhos. O desleixo com as garrafas era evidente ou colocaram vinhos já comprometidos à venda para se livrarem do estoque, o que prefiro acreditar que não foi o caso. 

Garrafas de Chardonnay de um grande produtor americano com vinhos oxidados, tintos com quase dez anos que, apesar de bons, com a rolha totalmente ressecada em razão do armazenamento em pé, entre outros problemas. 

Fiz minha parte e avisei aos vendedores que os Chardonnays estavam estragados.  Durante os muitos minutos que passei na loja, o vendedor, em uma sala reservada, ficou examinando a garrafa como um estudante de direito olhando para uma equação de quarto grau, tentando acreditar naqueles que disseram que era possível resolvê-la.  Fui embora e tenho quase certeza que a garrafa voltou para as prateleiras...

Um comentário:

  1. A gente tem ainda a cota no free shop de entrada no Brasil. Nesse já aprendi a nunca comprar vinhos de safras com mais de três anos. Invariavelmente as rolhas estão já apresentando princípio de vazamento. Quanto as compras no exterior, prefiro trazer menos garrafas, mas de vinhos mais caros, ficando dentro da cota em valor, mas compro nos produtores ou em lojas próximas dos produtores, como a ETS Rateau em Chassagne Montrachet, Borgonha.

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