sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Degustação Caliterra - Não perca!!

Tive o prazer de participar, hoje, de uma degustação orientada pelo enólogo da vinícola Caliterra, Rodrigo Zamorano, que está em Brasília e repetirá a dose hoje à noite no restaurante Pampulha (reservas na Decanter Brasília).  Se você ainda não reservou seu lugar, corra!  
A Caliterra surgiu em 1996 de uma parceria entre Robert Mondavi, da California, e Eduardo Chadwick (Viña Errazuriz).  Cabe lembrar, a quem interessar possa, que o vinho Chadwick, inclusive, está citado na última edição da Revista Adega entre um dos colecionáveis da América do Sul, o mais caro do Chile.  No mínimo, merece nosso respeito.

Desde 2004, a vinícola é totalmente chilena e, desde sempre, busca produzir vinhos de alta qualidade que representem o potencial do terroir chileno, de forma ecologicamente sustentável.  Seu nome já diz isso: qualidade + terra.  Atualmente, o código de sustentabilidade das vinícolas do Chile é baseado no modelo da Caliterra.

Do total de 288 hectares de vinhedos, atualmente 55 ha de Cabernet Sauvignon, Syrah e Carmenére foram convertidos para a agricultura orgânica.  Em 2008 foi lançada a linha Bio-Sur, de vinhos orgânicos, com sete meses em barricas, mas 2009 foi a última safra.  Ainda estão discutindo se insistirão em rótulos orgânicos...

E, para beber com menos culpa ainda, as embalagens são todas ecológicas: etiquetas de papel reciclado, garrafas mais leves com menor uso de vidro, screwcaps recicláveis e caixas de transporte de papel reciclado.  Que beleza!

Tributo Sauvignon Blanc 2010
Amarelo palha bem claro, com aromas de grama, aspargos e frutas tropicais, delicioso.  Em boca, fresco, equilibrado, com final persistente de maracujá, sem excesso.  Excelente.
A linha Tributo é de vinhedos únicos, de forma a se homenagear a qualidade da terra, daí o nome. As uvas, tintas e brancas, são colhidas manualmente e selecionadas rigorosamente.
Foi servido com Pescada Amarela ao Molho de Amêndoas e Musseline de Batata Baroa.

Tributo Malbec 2008
Com mais de 15 meses em barricas, apenas de 10% a 15% novas, é aromático, frutado, floral, amadeirado, tudo bem integrado.  Em boca, tem bom corpo, equilíbrio, taninos presentes com final longo adocicado.
Acompanhou Bife Ancho com Chimichurri e Batatas Coradas.

Tributo Edición Limitada Cabernet Franc/Petit Verdot 2010
Passou 16 meses em barricas francesas e é um grande vinho.  Aromático, com frutas escuras maduras, madeira e especiarias doces, bom corpo, muito equilibrado, final persistente e levemente adocicado.

A linha contempla poucas garrafas, como o nome diz, e são cortes raros. O primeiro foi Carmenère/Malbec , o segundo, Syrah/Cabernet Sauvignon/Viognier e o terceiro, Cabernet Franc/Petit Verdot.

Por fim, uma vertical do Cenit, o ícone da vinícola, um corte de Cabernet Sauvignon, Malbec, Petit Verdot e Carmenère (incluída apenas na safra 2008). Passa 18 meses em barricas, 75% francesas e 25% americanas (esse último percentual foi aumentado nessa safra em razão da Carmenère). São vinhos exclusivos, com garrafas numeradas e grande potencial de guarda. O nome se refere ao solstício e ao dia que se faz a mescla, 21 de dezembro. A primeira safra da linha foi 2005 e recomenda-se decantá-lo por 1 hora antes de servir.

2006 - A cor não demonstra idade, ainda vermelho rubi, com aromas de frutas, madeira, especiarias, tostado.  Taninos e acidez ainda presentes revelando alguns bons anos de guarda pela frente.

2007 - Para mim (e parece que para Robert Parker também - juro que só descobri depois!), o melhor.  Aromas envolventes tostados e amendoados, equilibrado, taninos mais macios e ainda mais redondo que o anterior.  Perfeito.

2008 -  Vermelho púrpura, aromas mais fechados, revelando depois notas herbáceas, frutas e madeira bem integrada.  Melhor esperar mais um tempo para abri-lo.
Todos servidos com Maminha de Alcatra de Bonsmara (nas palavras de D. Francisco, deve ser servida tostada por fora e suculenta por dentro e o corte deve ser transversal para se saborear todas as camadas, anotou?) e Farofa de Ovos.

Resumindo, do alto da minha ignorância e da minha paixão pela bebida, foi a melhor degustação que participei nos últimos tempos. Todos, vinhos notáveis!

Desnecessário dizer alguma coisa sobre os pratos do Francisco...

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