sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Domaine de Valori

Quarta-feira foi dia de Chateaunef-du-Pape.  Nosso amigo Beto veio nos visitar para nos dar dicas preciosas para nossa viagem à França em novembro e trouxe uma garrafa do Domaine de Valori Châteauneuf-du-Pape 2009.  

A propriedade de Valori está localizada na área de Courthezon, no centro da AOC Châteauneuf du Pape e é a menor em tamanho (8,5 hectares) de todas as propriedades de Christian Meffre, uma tradicional família de produtores do sul do Rhône. Dizem que, apesar do tamanho (ou seria por causa disso?) é um dos melhores vinhedos da denominação, com produção de 40.000 garrafas.

Gabriel Meffre, o patriarca, nasceu em uma família de vinicultores, mas ninguém imaginava que chegaria a se tornar um dos maiores proprietários de vinhedos em regiões AOC na França (900 hectares).

Morto em 1987, seu império foi dividido entre seus herdeiros.  Sua filha, Sylvette Brechet (nome de casada), se tornou proprietária do Chateau de Vaudieu em Chateauneuf-du-Pape e seu filho, Christian, herdou, além do Domaine de Valori, o Chateau Raspail, Chateau de Ruth e Chateau Saint Jean.  Todas estão nas AOCs Côtes du Rhône, Côtes du Rhône Villages e Châteauneuf du Pape.

Sobre o vinho:

Produtor: Domaine de Valori (Gabriel Meffre)

Região: Rhône Sul

AOC: Chateauneuf-du-Pape

Safra: 2009
Guarda: 8 anos



Após 18 meses de maturação, parte feita em piletas de concreto e o restante em barricas de carvalho francês, os vinhos são levemente filtrados antes de engarrafados e depois descansam alguns meses antes de saírem para o mercado.



Notas do produtor:
Bouquet complexo de frutas escuras e especiarias. Na boca é redondo, bem estruturado, equilibrado e com final persistente e apimentado.
Sugestão de harmonização: filés, pato, coelho, coq au vin, caças em geral. Bela associação com queijos bem maduros.



Meus comentários:

Cor vermelha rubi, aromas de frutas vermelhas e pimenta, equilibrado e macio.  Ainda muito jovem, poderíamos ter esperado mais alguns anos para abrir a garrafa.  Mas quem consegue esperar tanto tempo?? rsrs


Segundo Robert Parker, um bom momento para se beber os vinhos desta AOC é de 5 a 6 anos após a colheita, “depois parecem entrar na adolescência, aí ficam em um estado de hibernação para emergirem por volta dos 10-12 anos, quando ficam plenamente maduros”.  A maioria resiste por 15-20 anos e os melhores (mais raros) por até mais de 25 anos.

Um comentário:

  1. E foi bem ali, onde o Palais des Papes lambe o Rhone, e onde o Rhone rasga a Ponte, que fui varrido pelo portentoso Mistral pela primeira vez. Forte demais até pra velejar. Mas o encontro só não foi mais marcante porque fui abduzido pelo mesmo terroir que corrompeu Papas e Antipapas durante os curtos 60 anos (ou 7 Papas) que durou a sede Papal fora de Roma. A ponto de cometer a idiotice, que repetirei em novembro, do batido ritual de dançar "Sur le pont d'Avignon" de mãos dadas com o Papa Clemente, o Vento Mistral e abraçado, obviamente, a um belo exemplar do Chateauneuf de Pape! Belo post, meu amor! Valeu pelo vinho, Beto!

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