Meursault 2000 |
O vinho foi comprado em nossa visita à Patriarche Père et Fils, uma sugestão do Prof. Juan Verdésio, instrutor da ABS Brasília, a qual recomendo a todos que passarem por Beaune, na Borgonha. É a maior cave subterrânea, com 5 km de galerias do século XII e, durante a visita, com vídeos interativos que te guiam pelo caminho, é permitido degustar todos os vinhos produzidos pela Maison. Se não fosse um grupo de jovens bêbados britânicos bem na nossa frente, teríamos degustado mais (sempre que chegávamos ao barril, a garrafa estava vazia...).
Maison Patriarche Père et Fils |
A Maison Patriarche existe desde 1780, é bastante conhecida, mas não está relacionada entre os melhores produtores segundo os especialistas Clive Coates e Hugh Johnson. A visita saiu por 10 euros e o melhor é que serve como uma introdução à Borgonha já que podemos conhecer um pouco das características de vinhos de praticamente cada um dos crus borgonheses.
Maison Patriarche |
Nas caves da Patriarche, podemos encontrar garrafas desde as mais prestigiadas como Montrachet, Meursault, Pommard e Nuits Saint Georges até as mais simples como Beaune, e de safras tão antigas quanto 1929.
Safras antigas na Maison Patriarche |
E garrafas que só serão abertas em 2094, após 100 anos de envelhecimento!
Safra 1994 que será aberta até 2094 |
Meursault é um dos meus brancos preferidos (junto com quase todos os brancos da Borgonha) e Charmes é um dos mais bem conceituados Premier Crus, junto com Les Perrières (o melhor) e Les Genevrières. Meursault conta com mais de 100 produtores e cerca de 30 premier crus, então só mesmo bebendo para saber quais te agradam!
Os brancos de Meursault são considerados como sendo os mais encorpados e untuosos brancos da Borgonha, com aromas característicos de pão tostado, mel, caramelo e manteiga. Com o tempo se tornam ainda mais encorpados e agradáveis, com aromas que evoluem para marmelo e damasco seco. Pêssegos maduros e avelãs também são característicos. A acidez é essencial para equilibrar a untuosidade.
Os Premiers Crus cobrem 133,88 hectares e produzem cerca de 4.100 hectolitros/ano de vinho branco e 75 hectolitros de tintos. Na prática, apenas os climats perto de Volnay têm plantações de Pinot Noir. O Premier Cru Les Santenots é um dos que produzem também tintos, mas se assim forem, são denominados Volnay. Ah, a Borgonha...
Os Premiers Crus cobrem 133,88 hectares e produzem cerca de 4.100 hectolitros/ano de vinho branco e 75 hectolitros de tintos. Na prática, apenas os climats perto de Volnay têm plantações de Pinot Noir. O Premier Cru Les Santenots é um dos que produzem também tintos, mas se assim forem, são denominados Volnay. Ah, a Borgonha...
A denominação está ao sul de Beaune, na área conhecida como Côte des Blancs e Charmes está ainda mais ao sul da denominação. Alguns dizem que o nome deriva das árvores "charmes" (faia, em português) que cresciam na região, outros dizem que vem da palavra que descreveria o vinhedo fácil de trabalhar, com boa exposição solar, inclinações suaves e vista agradável do vale. Outros ainda dizem se tratar simplesmente do charme de seus vinhos.
Charmes tem 31,12 hectares, maior que os outros dois melhores premier crus mencionados, e produz vinhos interessantes, intensos, harmoniosos e elegantes, com caráter floral e notas de pêssego, e, nas palavras de Clive Coates, "delicately nutty, gently honeyed".
Meursault Charmes 2000 |
Sobre o vinho:
Uva: Chardonnay
Safra: 2000*
AOC: Meursault Charmes Premier Cru
Solo: calcário e argila
Guarda: 8 a 25 anos
O vinho é amarelo dourado, com nariz concentrado e elegante, ressaltando aromas de avelãs, pão, frutas secas e mel. Em boca é tão refinado quanto, untuoso, sedoso e equilibrado. Final longo e persistente de avelãs e brioche.
*A safra de 2000 foi muito boa e com melhor acidez que a de 1999, destacando as notas de frutas e flores.
Harmonizamos com um risoto de trufas, que, a princípio não seria a harmonização mais indicada para um Meursaul, mas, na minha humilde opinião, deu certo!
Foto não legal de um risotto de trufas |
Sabrina:
ResponderExcluirObrigado por me mencionar. Pena que os ingleses os atrapalharam na degustação. Teria sido melhor pegar a degustação mais cara com hora marcada Nessa teriam experimentado os crus e explicações bem mais interessantes. De todas maneiras acho que vale visitar o local mesmo sem beber vinho. É um lugar mágico. Eles tem também um Marc de bourgogne (aguardente tipo bagaceira da região) que é muito boa e os Creme de Cassis também excelentes. Os vinhos comuns são comuns mesmo, mas a 10 euros na Borgogna o que você pode pedir?
O risoto foi na Itália? Onde é esse Restaurant Olive?
Sobre o custo Barsil: em recente excursão da ABS teve um jantar no Paul Bocuse. Pediram uma entrada e dividiram um prato que é para 2 ou 4 pessoas tradição da casa Volaille de Bresse en vessie "Mère Fillioux". Acompanhado por um grand cru. Pagaram o mesmo que pagariam, por exemplo, no Gero de Brasília, que não tem chef de plantão e só tem o nome, com um vinho dos mais baratos.
Outra: comprar uma casa na Provence pequena reformada e restaurada para feiras está mais barato do que comprar uma kitchenete no CA do Lago Norte. Enão é culpa da crise atual européia. Vai ficar ainda mais barato.
Juan José Verdesio