quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

A Tunísia tem vinho, sim senhor

Domingo fomos conhecer o wine lounge de um casal de amigos.  É, na casa deles.  Isso mesmo, eles têm um wine lounge para chamar de seu.  Pior, com vista para o lago. 
Só um pedacinho para que sua inveja também seja pequenininha!
 E uma adega variada! Começamos na Argentina e terminamos adivinha?  Na Tunísia!

Mas qual a surpresa nisso, não é mesmo?  O Norte da África produz vinho desde o tempo dos Impérios grego e fenício, assim como a Provence e a Sicília.  Além disso, junto com a Argélia, a Tunísia é considerada um dos melhores produtores do mundo árabe. Elementar, meu caro.

E os vinhos de lá têm nome e sobrenome: AOCs, Grand Crus, medalhas de ouro e tudo mais.  A produção se modernizou com os investimentos estrangeiros, principalmente francês, e a produção, em 2004 (dados defasados, mas são os que encontrei), atingiu 375 mil hectolitros.  A título de comparação, naquele mesmo ano, o Brasil produziu 3,9 milhões de hectolitros.

Para guiar suas compras, as 7 AOCs do país:

AOC « Mornag Grand Cru» a 40 kms ao sul de Túnis, é conhecida por seus vinhos encorpados, aveludados, generosos e maduros. A casta principal é a Carignan, geralmente associada a outros tipos mais fortes como Syrah ou Cabernet. Os rosés são feitos de Cinsault e Grenache e os brancos são elaborados a partir da Ugni blanc e Rezzegui. 

AOC « Mornag »
Caracterizada pela introdução de diferentes castas, que oferecem mais possibilidades para a elaboração de tintos, rosés e brancos equilibrados. Esta região é banhada pelo mar, seus vinhos são encorpados e potentes.

AOC « Côteaux de Tébourba »
A segunda denominação em produção, seus vinhos são considerados exclusivos e têm mais prestígio.

AOC « Sidi Salem »
Situada a cerca de 30km ao sul de Túnis, produz tintos e rosés.

AOC « Kélibia »
Situada na ponta da região do Cabo Bon, se beneficia do clima mediterrâneo. Os vinhedos contam com uma única cepa: a Muscat de Kélibia, frutada e seca.

AOC  « Thibar »
Com clima continental influenciado pela altitude, com invernos frios e verões quentes e média pluviométrica de 500mm/ano, produz tintos, rosés e brancos comercializados sob as seguintes denominações: Clos de Thibar, Côteaux de Thibar et Domaine de Thibar.

AOC « Côteaux d’Utique »
A 40 km ao norte de Túnis, as montanhas permitem boa exposição ao sol.  Seus tintos e rosés são muito apreciados por sua aparência, pela elegância de seu bouquet e pela maciez.

Sobre o vinho:



Chateau Mornag Vin Rouge de Tunisie
Safra: 2006
AOC: Mornag Grand Cru
Corte: Carignan, Syrah e Merlot
Álcool: 12,5°

A Merlot se destaca mais no corte e as especiarias das outras cepas se esconderam um pouco. O vinho é um tanto rústico, com acidez pronunciada, me lembrando alguns italianos mais simples.  O pessoal achou um pouco adocicado, o que me lembra os tintos do Domaine Faverot (lembra?). Ou seja, norte da África, Itália, sul da França...

Corpo médio para leve, não pareceu muito com a descrição de sua AOC acima.  É um vinho bem elaborado, vivo, equilibrado, interessante e acho que ficaria ainda melhor acompanhando uma refeição, coisa de vinho do velho Velho Mundo!

A pergunta que não quer calar:  os vinhos da Tunísia são mesmo do Novo Mundo?

4 comentários:

  1. Sabrina eis que aqui piso a primeira vez, mas atraida pela palavra Tunisia!
    Sensacional!!!
    Teu post esta uma maravilha.
    Adorei conhecer,beijos

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  2. GRANDE SABRINA !

    PARABÉNS PELA BELA MATÉRIA SOBRE OS MARAVILHOSOS VINHOS DA TUNÍSIA.

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  3. http://winefinezone.blogspot.com/2012/01/tunisia-tem-vinho-sim-senhor.html?showComment=1330034686603#c8123364019854433460

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  4. http://www.dcomercio.com.br/index.php/dcultura/sub-menu-dcultura/81612-les-vignerons-de-cartagohttp://www.dcomercio.com.br/index.php/dcultura/sub-menu-dcultura/81612-les-vignerons-de-cartago

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